SOBRE O MÉTODO I

O
Assunto recorrente pra mim é o tarefas por fazer. Não me queixo das tarefas. Não poderia agir assim, pois os afazeres quase sempre estão relacionados a questões tão importantes da nossa vida, como família, seu cuidado, manutenção, desenvolvimento, aconchego, lazer e até mesmo carinho. Então, não dá pra reclamar das tarefas, seria murmurar contra a felicidade.
O que me queixo mesmo, é da falta de tempo para atender a tantas necessidades. Da maratona louca, que não permite desfrutar com mais calma da companhia das pessoas que amamos.
Uma conhecida me disse, que o Ainstein disse, que a falta de tempo é argumento dos que não possuem método. Quase que um tabefe na cara uma frase dessa meu Deus do céu! Mas fico cá pensando com meus botões qual foi o cálculo matemático que nosso amiguinho usou para chegar a essa sentença, quais foram as variáveis envolvidas nessa equação. Acredito que não incluiu aí, algumas questões cotidianas como as minhas. Claro que vou exigir que a minha rotina seja considerada em tal equação. Porque considero-me uma genuína representante de uma geração que vou chamar aqui de geração S. É que já temos a geração X, Y, Z, W, então agora inauguro a geração S, de Sim. Vou explicar: trata-se de milhares de mulheres como eu, que ainda princesas encontraram aquele príncipe encantado quase perfeito, sem cavalo branco, mas com tanto amor pra dar que não poderiam esperar muito tempo para viverem o felizes pra sempre. Então, casaram-se e foram viver a vida real, com toda a realeza que suas possibilidades permitissem. Assim é que fomos automaticamente promovidas a rainhas do lar, nossos príncipes a reis, os príncipes herdeiros vieram e a administração do reino exigiu todo o tempo e finanças existentes. É nesse contexto, que mulheres como eu, adiaram por anos aquele sonho de formar-se, ter uma carreira, enfim de realizar-se profissionalmente. E agora cá estamos nós, nos virando nos trinta, nos quarenta e até mesmo cinquenta ou mais, se é que me entendem, em busca desse sonho. Só que abraçar sonhos agora, a estas alturas, exige alta dose de realidade e esforço. Uma verdadeira equação matemática, na qual a propriedade comutativa não é aceita, porque a ordem dos fatores, altera completamente os resultados. Uma coisa é conquistar sua formação acadêmica e depois constituir família e outra é o contrário.
Ainstein, sábio que era, saberia criar uma fórmula para equacionar bem essas questões, mas teria que explicar bonitinho em seus apontamentos, como não faltar tempo, quando se somam em uma mesma jornada os papéis diversos que uma mulher desempenha, e no meu caso, insisto: a mãe de três, a esposa do rei , a mulher moderna, a trabalhadora, a auxiliadora pedagógica, psicóloga, a enfermeira, a governanta, gerente de compras, a promoter e encaixando nas brechas até com certo peso de consciência, a estudante. Dadas as variáveis, não iria estranhar se esse gênio, com os seus cabelos ainda mais eriçados admitisse, que o tempo é curto e o método um luxo.
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