EBULIÇÃO

o

Como posso explicar o que sinto? É mais ou menos isto: um misto de amor, bravura e ternura, que se amplia, expande, alarga. Irradia em escala materna. Uma energia poderosa, por vezes contagiosa.o

BLA BLÁ BLÁ III

Escrevo vez ou outra, mas gostaria de escrever sempre, não por literatura, mas como quem ainda nutre curiosidade sobre a vida. Como quem espia o mundo e rabisca impressões.
Procuro uma palavra que corresponda a um sentimento, mas às vezes elas me faltam, também pudera... eu as compreendo. Sei que falhei com elas. Talvez por isso essa ausência, esse distanciamento, afinal é amando que se é amado.
Mas queridas, não pensem assim de mim, hoje eu sei o quanto vos amo, na verdade sempre soube, tanto, que tantas vezes adormeci abraçada em comoção a livros de pessoas que tão bem souberam colocá-las e declaro aqui o meu amor por vós. Se vos faltei foi porque me perdi entre os números com suas fórmulas e sua aplicada lógica. Mas isso me foi necessário, até ao ponto de exigir coragem.
É fogo essa vida que é toda feita coragem. Coragem e fé. Porque sem a fé necessária, é difícil dar um passo após o outro. E passo por esse mundo de meu Deus, com essa inquietação que não passa, de tentar compreender as coisas intangíveis do universo que somos nós.
São nessas tentativas que ainda me deparo com espanto com uma certa dificuldade de natureza pessoal, não muito grave, mas existente, insistente. Olha só que tentando compreender o amplo, o infinito, caio dentro de mim mesmo, o grão, a partícula. Então como se explica, fui tão alto que esmiucei o mistério do qual sou parte? Ou, nem saí do lugar e só alcancei a mim mesma? E pouco ou nada desvendei, eu heim ...

Há... mas vá lá querer compreender o homem, vai lá querer compreender a alma humana, dessa espécie que pode ora transbordar e ora mostrar-se um imenso deserto, pode parecer cheio de tanto e tanto ser oco dentro e pode ainda estar solitário em meio a multidão.
Há... vai lá querer ir tão fundo em si que até dá dó. Tenha dó Simone!
Então me ergo, e percebo que sinto, logo existo, e isso faz parte do ato de viver. O que não pode ser é sucumbir e se deixar vencer. Porque viver é isso, é se dar conta de tantas limitações e imperfeições, mas não se deixar abater, é gerar soluções, buscar saídas. É reconhecer as fraquezas e ainda assim tornar-se mais forte. É viver a realidade, mas nunca abandonar seus sonhos, jamais
o
o

Uma solidão
Que não é feita de tristeza
Uma imensidão
Onde não cabe a estranheza
Apenas eu
comigo mesma

a
preciando
pequenas delicadezas
o

o