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Quando me ocorreu esse pensamento, não me reconheci. Mas era eu já sem desespero, já sem medo, quase dona de mim. Desde cedo  tive e me dei uma liberdade  regrada, algo entre o querer e o discernimento, entre o desbravamento e o medo.  Mas vejo que foi bom e poupou-me de algumas dores. Talvez foi mesmo instinto de sobrevivência.
Hoje vou além da segurança do costume, piso terreno desconhecido, o novo que também intimida, mas que já consigo encarar olhando bem nos olhos e  muitas vezes até prevalecer.
É aí que experimento um sentimento  necessário. Uma compreensão de tempo e espaço. O meu tempo, o meu espaço, a minha experiência e um risco quase calculado. É que viver não tem fórmula, não há equação possível. E vou aprendendo a viver e isso é uma benção.
Agora vejo uma nova geografia, uma exploração responsável, onde aos poucos se alargam os limites e prossigo. Não dá pra dizer o quanto isso me trás de um sentimento de gratidão. E senti-lo representa muito, muito mais do eu diria, mas é agradável e sou novamente grata.
Todos os dias fazemos escolhas e entendo que algumas decisões requerem tempo. É preciso ver, rever, engavetar, redescobrir, compreender. 
Revendo hoje, estou em paz. Sei que segui o melhor caminho.
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