RAJADAS

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Rajadas de metralhadoras, rajadas de mentiras, guerrilha e sangue, senado, câmara e quadrilhas. Morre no morro aquele garoto tão tenro, morre sem chances no país do futuro. Um tiro na cabeça em horário estudantil. Na escola caindo os pedaços em estado sub-humano, transformada em barricada do cangaço urbano. Finda a luta do menino, morador da favela com sobrevivência extraída sob chuva e sol em dura lida de farol em farol. Mais um brasileiro executado entre bandidos e soldados, sem rosto, sem voz, sem vida... Quem disparou a arma? Quem fechou os seus olhos? Quem chorou no seu velório? Os burgueses fingem não ver, os políticos fazem discursos e a vida vai levando o mesmo curso e o descaso cobrando seu alto custo.
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