VILAREJO

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Minha alma é uma cidade velha, habitada por minhas escolhas. Nesta cidade, tenho ruas belas, jardinadas. Colho sempre flores perfumadas e algumas vezes raras. Mas não está de todo saneada. Há ruas escuras, esburacadas. Me esquivo o máximo destes limites, mas nem sempre é possível.
É necessário passar por ali, ver os danos da enxurrada, a erosão da terra arrasada. Arrancar com mão e pá todo o entulho acumulado. Às vezes sozinha consigo pequenos bons progressos, mas na maioria das vezes é preciso auxílio. O trabalho é árduo, imprescindível. Administrar a cidade da alma é um desafio. Mas sei que caminho rumo ao progresso. Um dia, me torno uma cidade fortificada, devidamente ordenada, sem brechas, escombros ou pinchações nas faixadas.
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