O costume fez
morada em mim e teceu teias invisíveis. Meus pés criaram raízes rancorosas,
raízes fortificadas, e não mais me movi. Aprofundei-me e vi
por dentro, sou feita de pó e amor insistente.
Em minha volta
crianças brincam de roda em cantigas tão antigas quanto o desejo de chuva. Em
cantigas tão livres quanto os dias correndo ao encontro dos séculos, quanto o
vento agitando a cabeleira do trigo.
Um dia o Amor que
não desiste bateu a minha porta, ceou comigo e concedeu-me poderes.
Então percorri os
campos viçosos, adentrei os campos brancos e havia tanta esperança pois nenhuma palavra retornou vazia.
Isaías
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