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Na manhã corrida da minha semana cronometrada, há uma poesia urbana em vias de composição querendo mostrar-se entre o caos organizado da cidade. E nasce e cresce no quotidiano de todos nós, que ora sentimos, ora somos nós autores desatentos e ora despercebida segue seu fluxo no cotidiano da vida, em cada gesto, em cada esquina. 
Mas ao observador cabe tanto ver o belo quanto a desarmonia, e não falo como quem trata de estética, pois o belo é relativo e isso o torna em algo complexo.
Na visão  irretocável,  um  homem altera a paisagem e me perturba dentro: sentado ao chão, as mãos postas à face, como quem de tudo se desespera, como quem da vida e dos homens nada espera.  
Se era desespero,  embriaguez, insanidade, não sei. Nunca saberei. Somente ficou-me a certeza doída das muitas realidades da vida e de um semelhante sentado em sofrimento em uma paisagem tão linda onde nenhum artista jamais o pintaria.
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