OLHAR II

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Passei  uns dias de relógio de Dali, liquefiz-me. Passei uns dias eternamente indo, sem ter, sem como e principalmente sem o porquê. E conheci uma solidão acompanhada e desatenta.
Havia o tempo, o espaço, mas de nada eram e a tudo preenchiam. Havia a consciência de uma existência se reconhecendo, lentamente, mas enfim, conhecendo.
Eu media as distâncias, aprendendo a medir palavras, eu ouvia o tempo e as suas lições eram escritas na face mesmo. Mas bastaria um olhar mais atento para perceber que faltava um elemento. Bastaria um olhar de cuidado para compreender a essência. Bastaria um olhar, para tocar a vastidão da ausência.
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