INVERNO

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quando ele me lançava aquele olhar de iceberg, é que eu sentia a solidão dos polos, uma solidão de fim de mundo. E era lá da minha distância e desamparo desse olhar, que eu tentava entender os seus motivos e tentava encurtar as distâncias tocando sua mão. Mas foi mirando-o de dentro pra fora, foi encarando o inverno em seu olhar, quando ele não pôde mais perde-se de mim ou afastar-se esquivo, que eu vi, o que suas mãos imprecisas também não puderam dizer. Que a insegurança desagasalhou seu amor, então os seus olhos já não podiam mentir.

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