MONÓLOGO COM ESPELHO ( hahah!! Não é pra levar a sério não, tá)

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Oh! Espelho cruel! São a mim tuas respostas mais amargas que o fel. De tua presença inspetora nem ao menos um alento, nem sequer uma ventura, pois gritas a todos os cômodos meus centímetros de gordura. Se das adiposidades, algum peso me subtrai, nem assim tu me animas. Com teu ar tão desdenhoso: - eras gorda, agora sois flácida, tal qual um criado insolente, indiferente à minha desgraça.
Em postura cínica e estática, mais me infliges sofrimento, pois causas em mim toda fúria dadas tuas sentenças tão duras. Eu hora triste, hora cansada, entrego-me a derrota indumetária, visto uma leg permissiva a gordas, flácidas, baixas, cumpridas. A desenhar-me as celulites por panturrilhas, coxas e bunda, ignorando tão vil humanidade, indiferente aos teus cruéis palpites.
Mas se a sensatez me visita, vejo você tão inerte, então lembro-me que és apenas uma peça sem vida, lembrança ou memória. És apenas um acusador deselegante a qualquer hora.
Uma peça vil, disposta a refletir a quem quer que se aproxime, pois não tens vida própria. És apenas refletor de vitrines. Sim, neste cômico drama, sou eu quem te apavora, pois tenho vida pulsante, sou eu, quem escrevo minha história.


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