PORQUE ESCREVO CUMPRIDO
Tem gente que gosta de games, outros de séries, futebol, uns de música, outros de filosofia. Eu gosto de juntar palavras. E gosto do barulho ou do silêncio, do susto ou do encanto quando as palavras certas se encontram.
Então escrevo cumprido e para os lados e esparramado, profundo e raso também.
Escrevo vez ou outra, mas gostaria de escrever sempre, não por literatura, mas como quem ainda nutre curiosidade sobre a vida. Como quem espia o mundo e rabisca impressões.
O costume fez
morada em mim e teceu teias invisíveis. Meus pés criaram raízes rancorosas,
raízes fortificadas, e não mais me movi. Aprofundei-me e vi
por dentro, sou feita de pó e amor insistente.
Em minha volta
crianças brincam de roda em cantigas tão antigas quanto o desejo de chuva. Em
cantigas tão livres quanto os dias correndo ao encontro dos séculos, quanto o
vento agitando a cabeleira do trigo.
Um dia o Amor que
não desiste bateu a minha porta, ceou comigo e concedeu-me poderes.
Então percorri os
campos viçosos, adentrei os campos brancos e havia tanta esperança pois nenhuma palavra retornou vazia.
Isaías
FELICIDADE II
A música que amo, o filho adormecido em meus braços. Um suspiro, um sorriso colado na face que não se desfaz de tanta gratidão. Afundo em ternuras na bagunça aconchegante da cama amanhecida. Aceito a graça imerecida de Deus. E sou toda plenitude e paz.
O pastor Nivaldo tem dividido
uma palavra com a igreja insistentemente, sobre o discipulado e o ide as
nações, ide a Asa norte, Asa sul, Ceilândia e aos confins de Brasília.
Confesso, o discipulado me
confronta na alma, mas queima em 3º grau em meu coração. Me confronta porque
vivencia-lo segundo o modelo de Cristo é um desafio real, porque não
trata-se apenas de liberar a palavra do
reino e o governo de Cristo e partir. Trata-se de ficar e cuidar, de se dar
como exemplo, ensinar, ouvir, alegrar-se e chorar quando preciso com as vidas
que o Senhor vai acrescentado a sua igreja.
Discipulado não é obra de um
dia, é obra de uma vida de comunhão e de dedicação ao próximo tal qual Jesus
agiu com seus discípulos. Não é uma reunião, é vida comum que se desenrola no comum no nosso dia a dia,
na rotina, no partir do pão, nas orações, é abrir a porta das nossas casas, é
abrir o coração. Assim como nosso mestre que enquanto ia seguindo ensinava e
formava seus discípulos. Isso, discipulado não é informar sobre as boas novas
do reino, discipulado é dispor-se a ser uma ferramenta nas mãos de Deus para
formar o novo discípulo nas práticas de vida desse novo reino.
Discipulado é serviço, é doar-se
e envolver-se no trabalho com disposição. Alcançar essa disposição para o
serviço é mirar a Cristo como modelo perfeito e buscar reproduzir seus passos
crendo que a obra é do Senhor da ceara, mas prontificando-se sabendo que os
trabalhadores são poucos.
Ouço a palavra pastoral e me
alegro no espírito desejando apresentar-me, desejando ser útil, desejando ser e
gerar discípulos. E sou docemente lembrada pelo Espírito Santo que para isso é
também necessário copiar Jesus no que esvaziou-se, tornou-se servo, doou-se e
foi obediente até a morte e morte de cruz.
Sinto como o apostolo Paulo, o amor de Cristo me constrange,
porque me amou apesar de mim. E me desafia todos os dias a ampliar em escala de
mundo o raio de alcance desse amor. Embora ao estender os braços esbarre
desatenta em alvos possíveis que desconheço e ignoro todos os dias.
Mas como amar o próximo como
Cristo nos amou? Esse bem não está em mim. Observo Jesus e tenho uma palavra
clara: Amar o próximo como a mim mesma. Não há outra medida. Devo obedecer,
ainda que nem tudo compreenda, ainda que nem sequer sinta. Mas a esperança é
esta, que a obediência manifeste o amor, pois obedecer é mais que o primeiro
sim, é o segundo sim que só se cumpre e toma forma como o próprio amor: na
prática.
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