PLANTANDO VERSOS (meu ócio criativo)

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Planto hoje um verso, rego o destino. Crendo no futuro, preencho abismos. Germino no seco, converto o ócio em instrumentos, versos e questionamentos que vão além das teias, nas correntes climáticas da alma, errática. No mínimo ao vento lançados reciclam-se enigmáticos.
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VAZIO

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então será que nesse vazio solene
o silêncio se agigante denso
e esparrame nas páginas em branco
gravando seu eco

solidão
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IMUNIDADE

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Pra trilhar com coragem
Vou jogar fora as cascas
Vou ficar exposta
Pra ficar imune
dona de mim
e dos meus costumes
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PRODUTO

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Coloquei as horas ao meu serviço e voltei eufórica a vida. Então disse... chega de artifícios, chega de minerar minutos, correr viadutos, conter terremotos, sorver maremotos em busca de recursos. Veredas em precipício onde me perdi. Visão turva, não vi. Eu não vi o mar, o fim da tarde, os amigos. Não procurei o inimigo, assim como aprendi. Deixei passar o ócio, a conversa fora, a vida, o agora. Fui ação, atividade, fui vício, fui arte. Fui nada. Não fiz parte. Desejei as horas ao meu serviço, mas o ritmo da solidão me neutralizou.

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ROTAS

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Tenho mil possibilidades

E um vazio me acomete
desumano
calculista
Traçando rotas invisíveis
De planos vãos e findáveis
No rio turvo
da realidade
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OBSERVATÓRIO

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Ah! Esse vento impetuoso... apressado aonde ele vai? Poder que sustenta e aniquila, é ele quem me põe medo e o mesmo que me fascina. Ah! Esse mar em tormenta ... agitado aonde ele vai? dono de canções e de sinas, é ele quem me põe medo e o mesmo que me fascina. Ah! O homem... o homem... apressado, aonde ele vai?
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TERAPIA

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Minha causa é nobre, por isso é não me dobro. Os méritos próprios, por isso não me troco. "Então não tema, esse é o meu lema" : Felicidade não tem contra indicação. Sorrir é seguro e faz ruir muros.
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